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Published online by Cambridge University Press: 07 March 2019
Carnival in the Federal State of Pernambuco in north-eastern Brazil is, from a musical point of view, one of the most varied and interesting traditional festivals in the whole of Latin America. Unlike the famous carnivals of Rio de Janeiro and Salvador (Bahia) with their own repertoires of, respectively, sambas and blocos afro, the carnival of Pernambuco presents in addition to these repertoires almost the whole of the musical and dance spectrum of the North-east. Because numerous segments of the local communities are dramatised in the specific performance styles, the Pernambucan carnival opens up to the scholar an overview of contemporary culture in that region. On the other hand the historic is also highlighted in the performances of the carnival groups (agremiaçdões carnavalescas) through original dramatic reconstructions of, for example, the uprising against Dutch occupation in the eighteenth century, the flourishing sugar industry that was based on slavery during the colonial era, the folk reinterpretation of the Congo empire on Brazilian soil and the “belle époque” of Recife.
O Carnaval Pernambucano e as suas Organizações: Música como Expressão de Hierarquias e Poder no Brasil.
O carnaval pernambucano é, sem dúvida, um dos carnavais mais expressivos de toda a América Latina. Recife e Olinda sao os centros de um carnaval, que de maneira própria é manifestação viva do histórico legado multicultural da região.
Diferentemente dos carnavais do Rio de Janeiro ou da Bahia, os centros históricos de Recife e de Olinda transformam-se em palcos para as mais diversas performances musicais, coreográficas e dramáticas, realizadas por centenas de agremiações carnavalescas. A Federação Carnavalesca de Pernambuco distingue 11 categorias de agremiações carnavalescas no Estado: (1) clubes de frevo, (2) clubes de bonecos, (3) trocas, (4) blocos carnavalescos, (5) caboclinhos, (6) tribo de índios, (7) maracatu de baque virado, (8) maracatu de baque solto, (9) ursos, ou “La Ursa”, (10) boi de carnaval e (11) escolas de samba.
Paralelamente a atuação destas instituições populares, profundamente enraizadas nos vários segmentos da população local, o carnaval pernambucano é determinado pela açã o das entidades oficiais ligadas aos setores públicos, estaduais e municipais. Destacamse aqui a Federação Carnavalesca de Pernambuco, a Fundação de Cultura da Cidade do Recife e a Fundarpe (a fundação de cultura do Estado).
O presente estudo toma como ponto de partida as varias maneiras de ação interativa entre os dois tipos de organização formal no carnaval pernambucano, as agremiações de um lado, as entidades oficiais do outro. A análise revela, que a troca do cotidiano pelo extra-ordinário, com a “inversão carnavalesca” da ordem social, pode ser observada na atuação de muitas agremiações, sendo que, no entanto, a força das entidades oficiais provoca uma segunda inversão, reajustando novamente as hierarquias sociais, da maneira como têm validade no cotidiano.
O autor agradece o apoio que recebe desde 1987 dos membros das mais diversas agremiações carnavalescas e entidades oficiais para realizar a sua documentação do carnaval pernambucano. Sendo impossível mencionar a todos, salientam-se os carnavalescos Lourenco Lira Molla, Edmar Lopes, José Ataíde, o pesquisador Mário Souto Maior e o prefeito de Olinda, Germano Coelho.