Hostname: page-component-586b7cd67f-g8jcs Total loading time: 0 Render date: 2024-11-25T18:42:08.787Z Has data issue: false hasContentIssue false

O funk no Brasil contemporâneo: Uma música que incomoda

Published online by Cambridge University Press:  05 September 2022

Felipe da Costa Trotta*
Affiliation:
Universidade Federal Fluminense
Rights & Permissions [Opens in a new window]

Resumo

Core share and HTML view are not available for this content. However, as you have access to this content, a full PDF is available via the ‘Save PDF’ action button.

As reflexões sobre música popular com frequência enfatizam os casos de experiência musical voluntários, motivados por adesões identitárias, afetivas e simbólicas que os indivíduos e grupos sociais realizam com as músicas que gostam. Mas nem sempre é assim. Este texto tem como objetivo discutir as situações nas quais a experiência musical compulsória gera incomodo nos ouvintes, irritando e intimidando aqueles que não compartilham do prazer de ouvir determinado repertório. O exemplo debatido aqui é o caso do funk, gênero musical brasileiro com histórica vinculação com o contexto das periferias, morros e favelas e que volta a surgir como tema privilegiado na mídia a partir de seu uso nos fenômenos dos rolezinhos, causando incômodo e rechaço. Pensar sobre o incômodo do popular-funkeiro-periférico significa reprocessar ideias sobre a desigualdade social, num contexto de grandes transformações sociais, políticas e comportamentais no Brasil e no mundo.

Abstract

Abstract

Reflections on popular music often emphasize the cases of voluntary music experience, motivated by affective and symbolic adherence in which individuals and social groups listen to the songs they like. But it is not always like this. This article aims to discuss the situations in which compulsory musical experience generates discomfort among listeners, irritating and intimidating those who do not share the pleasure of listening to a certain repertoire. The example discussed here is the case of funk, a Brazilian music genre with historical links to the suburbs and favelas. Funk resurfaced as a prime topic in the media connected with the case of the so-called rolezinhos in 2013, causing discomfort and rejection. To think about the hassle of the popular funkeiro is to reprocess ideas about social inequality in a context of great social, political, and behavioral changes in Brazil and worldwide.

Type
Research Article
Copyright
Copyright © 2016 by the Latin American Studies Association

References

Referências

Baker, Catherine 2013Music as a Weapon of Ethnopolitical Violence and Conflict”. Patterns of Prejudice 47 (4–5): 409429.CrossRefGoogle Scholar
Blacking, John 1995 Music, Culture and Experience. Chicago: University of Chicago Press.Google Scholar
Burgos, Marcelo, Pereira, Luiz Fernando, Cavalcanti, Mariana, Brum, Mario e Amoroso, Mauro 2012O efeito UPP na percepção dos moradores das favelas”. Desigualdade e Diversidade 11:4998.Google Scholar
Cusick, Suzanne 2006 “La música como tortura / la música como arma”. Trans: Revista Transcultural de Música 10. http://www.sibetrans.com/trans/.Google Scholar
DeNora, Tia 2004 Music in Everyday Life. Cambridge: Cambridge University Press.Google Scholar
Essinger, Silvio 2005 Batidão: Uma história do funk. São Paulo: Record.Google Scholar
Fenwick, Tracy Beck 2009Avoiding Governors: The Success of Bolsa Família”. Latin America Research Review 44 (3): 101130.Google Scholar
Frith, Simon 1998 Performing Rites: On the Value of Popular Music. Cambridge, MA: Harvard University Press.Google Scholar
Garza, María Luisa de la, Fuchsel, e Héctor Grad 2011Soy como tantos otros muchos mexicanos”. Trans: Revista Transcultural de Música 15:132.Google Scholar
Herlinghaus, Hermann 2006Narcocorridos: An Ethical Reader of Musical Diegesis”. Trans: Revista Transcultural de Música 10:115.Google Scholar
Herschmann, Micael 2005 O funk e o hip hop invadem a cena. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ.Google Scholar
Janotti, Jeder Jr. 2004 Heavy metal com dendê: Rock pesado e mídia em tempos de globalização. Rio de Janeiro: E-Papers.Google Scholar
Lopes, Adriana, Facina, e Adriana 2012Cidade do funk: Expressões da diáspora negra nas favelas cariocas”. Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro 6:193206.Google Scholar
Negri, Marcelo 2010 A nova classe média: O lado brilhante dos pobres. Rio de Janeiro: FGV.Google Scholar
Negus, Keith 2011 Producing Pop. Londres: University of London, 2011.Google Scholar
Palombini, Carlos 2009Soul brasileiro e funk carioca”. Opus: Revista Electrônica da ANPPOM 15(1): 3761.Google Scholar
Palombini, Carlos 2010 “Notes on the Historiography of Música Soul and Funk Carioca”. Historia Actual On Line (Universidad de Cádiz, España) 23:99106.Google Scholar
Pereira, Vinicius, Castanheira, e José Claudio 2011 “Mais grave! Como as tecnologias mediáticas afetam as sensorialidades auditivas e os códigos sonoros contemporâneos”. Revista Contracampo (Niterói, UFF) 23:130143.CrossRefGoogle Scholar
Pochmann, Marcio 2012 Nova classe média? O trabalho na base da pirâmide social brasileira. São Paulo: Boitempo.Google Scholar
, Simone Pereira de 2007 “Funk carioca: Música eletrônica popular brasileira?” Revista E-Compós (Brasília) 10:115.Google Scholar
, Simone Pereira de 2008Som de preto, de proibidão e tchutchucas”. Em Ecos urbanos, organizado por Prysthon, Angela e Cunha, Paulo C., 228247. Porto Alegre: Sulina.Google Scholar
Sandroni, Carlos 2001 Feitiço decente: Transformações no samba, 1917–1933. Rio de Janeiro: Zahar e Ed. UFRJ.Google Scholar
Semán, Pablo, Vila, e Pablo 2011 Cumbia: Nación y género em Latino-America. Buenos Aires: Gorla.Google Scholar
Souza, Jessé 2009 A nova ralé brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG.Google Scholar
Tatit, Luiz 1996 O cancionista: A composição de canções no Brasil. São Paulo: Editora USP.Google Scholar
Trotta, Felipe 2011 O samba e suas fronteiras: Pagode romântico e samba de raiz nos anos 1990. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.Google Scholar
Wisnik, José Miguel 1999 O som e o sentido. São Paulo: Companhia das Letras.Google Scholar