No CrossRef data available.
Published online by Cambridge University Press: 02 January 2018
Éno estudo dos escritores brasileiros modernamente chamados de barrocos e, em particular, no estudo dos barrocos menores, que se verifica a justeza da observação de Curtius segundo a qual seria preferível evitar, em teoría literaria, o emprégo dessa expressão, dadas as numerosas confusões que tem suscitado. Realmente, apenas a falta de rigor intelectual permite transpor, das artes visuais para as artes da palavra, coneitos e fenômenos que só têm sentido e significado enquanto interpretações plásticas da realidade. Em literatura, o que boje se chama de “barroco” é, muito simplesmente, o que sempre se denominou de maneirismo, êsse fenômeno que, em tôdas as épocas (assinala, aida, o especialista alemão), revela-se complementar dos diversos classicismos que se sucedem. A mudança de terminologia só teria justificação se correspondesse, por um lado, a urna apreensão mais sutil ou mais correta de tal estilo e, por outro, se se tornasse indispensável para enquadrar peculiaridades estilísticas de que os contemporâneos não tivessem tido consciência.
* Defendi êsse ponto de vista no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros (Coimbra, 1966). Cf. Wilson Martins. O Emprêgo da Palavra “Barroco” em Literatura, separata das respectivas Actas.