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A Sociologia e a Realidade Latino-Americana em Mudanca
Published online by Cambridge University Press: 03 January 2018
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A dissertação que aqui se tenta é, em muito, um processo de raciocinio “em voz alta”. Não tem pretensSes académicas. Nem se pretende um ensaio. Dentro de urna perspectiva dinámica — no modo de ser um processo e Não um molde ou esquema rígido, sendo mais um planejamento do que um plano acabado — é assim que gostaria de ser lido. E, se for o caso, criticado. Alias, urna assim dinámica perspetiva e um tal raciocinio sempre em processo áberto, solícito e experimental seriam ao meu ver o colorido e o modus mais adequado ao trabalho e ao pensar do cientista social. Áquele que se dispSe a trabalhar na invevstigacáo impulsionado por urna fértil “imaginação sociológica”.
- Type
- Research Article
- Information
- Copyright
- Copyright © University of Miami 1963
References
1 No tratamento dessa expressáo e de suas “promessas” — aquela, sua proposta, e estas, suas (e nossas) esperanzas — C. Wright Mills (La imaginación sociológica, México, 1961) desenvolveu felicíssimas colocacóes. Infelizmente, nao posso agora me deter nesse assunto. Mas devo voltar ao mesmo.
2 E com isto facó urna sugestáo. Mas só me atrevo a fazé-lo aqueles companheiros que, vestidos de compromisso histórico — e nao de “moda” intelectual — se dispóem agora á compaixao pelo social. E nao apenas á investigacáo ( = exploragáo) do social. Gilberto Freyre deve ser nao lido apenas, mas relido. Ou melhor, reestudado.
3 Cf. Freyre, Gilberto, “Saudando a um poeta,” Diario de Pernambuco, Recife, 1962.Google Scholar
4 Dialética do conhecimento (Sao Paulo, 1960).
5 Em colaboracSo com o Prof. Levy Cruz, Centro Regional de Pesquisas Educacionais do Recife, Divisáo de Estudos e Pesquisas Sociais, “Informe para o Centro de Investigaciones Sociales A. C. (CISAC), México”, Recife, inédito, 1962.
6 “The Social Sciences: Parochial or Cosmopolitan,” Items (Social Science Research Council, New York), XV, 4 (December, 1961).
7 Gilberto Freyre, Sociología (Rio dé Janeiro, 1957).
8 Assim serao os beatos, os quilombos, os cangaceíros, no Nordeste brasileiro. Haveria um filáo de sentido histórico a ligar essas formas e aqueles eventos? E para onde aponta nos tempos presentes o vetor de nossos destinos, feito em contrapostos nos sertóes do cangago, ñas resistencias quilombolanas, ñas profecías dos Conselheiros?
Tais indagacoes podem assumir para nos uma significagáo mesmo de sobrevivencia. E devem ser encaradas — e tanto quanto possível respondidas e em diálogo — pelos homens e grupos de estudo. Mas também pelos homens e grupos de acáo. Por todos os que hoje assumen posigoes de comando da reflexáo ou da agáo social. Mas tamben em diálogo com o povo, ésse que pelo menos precisa assumir melhor consciéncia de seu passado, de seus designios, de sua dignidade histórica. A tarefa do religmento com o passado auténtico é de certos quadros profissionais — mas é igualmente coletiva.
9 Deixo de me referir, porque ésses se ressaltam, aqueles que em certo sentido “se antecipam” apesar do tempo de sua geragáo.