Hostname: page-component-cd9895bd7-fscjk Total loading time: 0 Render date: 2024-12-23T09:32:01.175Z Has data issue: false hasContentIssue false

A Poet of Seventeenth Century Brazil: Gregório De Matos

Published online by Cambridge University Press:  11 December 2015

Margaret J. Bates*
Affiliation:
The Catholic University of America

Extract

With the publication of the complete works of Gregório de Matos, seventeenth century Brazilian satirical poet, or almost complete works (his poems which were too obscene for publication remain in manuscript), by the Brazilian Academy of Letters, it is now possible to evaluate his production to see if the critics who call him the founder of Brazilian literature, the precursor of literary emancipation and mental independence, and the first to give the cry of Brazilian independence, were overestimating the contribution of this “Mouth of Hell” as he was dubbed by his contemporaries.

Type
Research Article
Copyright
Copyright © Academy of American Franciscan History 1947

Access options

Get access to the full version of this content by using one of the access options below. (Log in options will check for institutional or personal access. Content may require purchase if you do not have access.)

References

1 Brasileira, Academia, Obras de Gregorio de Mattos (6 vols.; Rio, 1923–33). This will be referred to as Obras.Google Scholar

2 Boca do inferno.

3 Panorama da literatura brasileira (São Paulo, 1940), p. 129.

4 Obras poéticas de Gregorio de Mattos Guerra, I (Rio, 1882)

5 Cf.Silva, Inocêncio Francisco da, Diccionario bibliograpbico portuguez, III (Lisboa, 1859), 16566 Google Scholar “There exist many more or less ample manuscript collections of the works of this author, in the National Library in Lisbon there is a large volume in quarto which contains a large portion of them. I also possess two volumes of the same format, of which the first, in handwriting of the first years of the eighteenth century, contains the Obras sacras e divinas preceeded by the Vida e morte, the life of the poet by the before mentioned Licentiate Rebêlo.” These two codices which this famous bibliographer possessed were later acquired by the Emperor and are now in the Manuscript Division of the National Library in Rio.

6 Cf.Blake, Sacramento, Diccionario bibliograpbico brazileiro, III (Rio, 1895), 187190. Vale Cabral in his introduction (pp. v-xii), outlines the works of Matos published before 1882 and also gives the location of unpublished material. Afrânio Peixoto in “Editos e inéditos,” Obras, I, 9–21, includes a bio-bibliographical preface of the published and unpublished works of the poet up to 1929.Google Scholar

7 Op. cit., pp. 3–37. In his preface Vale Cabral explains (p. xi) that this biography was written as an introduction to the works of the poet which Pereira Rebelo hoped to publish. The manuscript of this edition belonged to Dr. J. A. Alves and was written in the hand of Manoel Fereira Lagos. This 1882 edition will be referred to in the course of this article as Vida. The second published version of this biography, “Vida e morte do doutor Gregorio de Mattos Guerra escripta pelo lecenciado Manuel Pereira Rabelo e mais apurada despois por outro engenho,” Obras, I, 39–90, is from the Codex Varnhagen in the Itamarati Library in Rio. The third version, “Vida do grande poeta americano Gregorio de Mattos Guerra,” Obras, VI, 59–95, presents more facts about the later period of the poet’s life.

8 Vida, p. 3.

9 Ibid., p. 32.

10 “A vida espantosa de Gregorio de Matos,” Obras, VI, 23–58.

11 In his preface Vale Cabral explains (p. xii) that after preparing the biography of the poet in the Alves manuscript for publication, he found another manuscript belonging to the Emperor, formerly the property of Inocencio da Silva, in which the date of birth of the poet is December 20, 1633. He presents this fact without comment.

12 “Notas sobre Gregorio de Matos do Arquivo da Universidade de Coimbra,” Obras, VI, 13–21.

13 Cf. Obras, VI, 11 : Januário da Cunha Barbosa, José Maria da Costa e Silva, Pereira da Silva, Teixera de Melo, Vale Cabral, Sacramento Blake, Silvio Romero, Araripe Júnior, Fausto Barreto, Carlos de Laet, and Xavier Marques accept 1623; F. A. Varnhagen, Inocencio da Silva, Ferdinand Wolff, Joaquim Manoel de Macedo, Ronald de Carvalho, Afrânio Peixoto, and Pedro Calmon, 1633.

14 Vida, p. 6.

15 Cf. Obras, IV, 273: “Saiu a satira má, / E empurraram-m’a os perversos, / Porque enquanto a fazer versos / Só eu tenho jeito cá: / Noutras obras de talento / Só eu sou o asneirão; / Mas sendo satira, então / Só eu tenho entendimento.”

16 Cf. Vida, p. 7: That he was Judge of Orphans in 1671 is confirmed by a famous sentence he pronounced on November 2 of that year.

17 Obras, V, 11–15.

18 Calmon, op. cit., p. 35. This was effected by the law of March 24, 1677.

19 “Observações criticas sobre varias materias, por ocazião do cometa aparecido em 1680,” Obras, V, 89–95.

20 Desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia.

21 Cf. Vida, pp. xii-xxvi: Vale Cabral, after discussing this allusion at some length admits that the exact date of his death is not known.

22 Cf. Vida, p. 31: “Pequei, senhor, mas não, porque he peccado, / Da vossa alta piedade me despido: / Antes quanto mais tenho delinquido, / Vos tenho a perdoar mais empenhado. / Si basta a vos irar tanto peccado, / A abrandar-vos sobeja um só gemido: / Que a mesma culpa, que vos ha offendido, / Vos tem para o perdão lisongeado. / Si uma ovelha perdida, ji cobrada, / Gloria tal e prazer tão repentino / Vos deu, como affirmais na Sacra Historia: / Eu sou, senhor, ovelha desgarrada; / Cobrae-a; e não queirais, Pastor Divino, / Perder na vossa ovelha a vossa gloria.”

23 Historia da literatura brasileira (Rio, 1929), p. 87.

24 (F. A. Varnhagen), Seguro, Visconde de Pôrto, Historia geral do Brasil antes de sua separação e independencia de Portugal, III (São Paulo, n.d.), 336.Google Scholar

25 Gregorio de Mattos, (Rio, 1894), pp. 7–8.

26 Pequena história da literatura brasileira (Rio, 1894), p. 109.

27 Cf.Southey, Robert, History of Brazil, II (London, 1817), 586: “Bahia had scarcely begun to enjoy a regular and benignant administration when it was visited by pestilence … the streets were full of funeral processions and the churches were crowded with the dead.” This pestilence is also described in Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva, Memórias históricas e políticas da província da Bahia, II (Baía, 1925), 138–141.Google Scholar

28 Obras, VI, 9.

29 Fitzmaurice-Kelly, James (ed.), The Oxford Book of Spanish Verse (Oxford, 1918), p. 219.Google Scholar

30 Backlands of Bahia.

31 Backwoodsman.

32 Calmon, op. cit., p. 33.

33 Mota, Artur, Historia da literatura brasileira, época de formação, I (São Paulo, 1930), 473.Google Scholar

34 Cf. Vale Cabral, op. cit., p. xlvi: “Que os Brazileiros são bestas / E estarão a trabalhar / Toda a vida, por manterem / Maganos de Portugal.”

35 Op. cit., p. 51.

36 Ibid., p. 88.

37 História da literatura brasileira, seus fundamentos económicos (Rio, 1940), p. 54.

38 Romero, , História da literatura brasileira, II (Rio, 1943), 45.Google Scholar

39 Ibid., 39.

40 Italics are Romero’s.

41 Italics are Romero’s.

42 Today the word caboclo is used in various senses; here it refers to one of Indian blood.

43 Romero, op. cit., pp. 45–48.

44 Ibid., pp. 43–48.

45 Ibid.

46 Op. cit., p. 96.

47 Ibid., p. 88.

48 Cf. Vale Cabral, op. cit., p. xliii: “Adeus Coimbra inimiga, / Dos mais honrados madrasta, / Que eu vou para outra terra / Onde vivo mais a larga. / Adeus prolixas escolas, / Com reitor, meirinha, e guarda, / Lentes, bedeis, secretario, / Que todo somnado é nada.”

49 Cf. Obras, III, 60: “Eu sou Conimbrense, / Nascido nestas montanhas.”

50 Cf. Alencar Araripe. op. cit., p. 25: “O fidalgo de solar / Se dá por avergonhado / De um tostão pedir prestado / Para o ventre sustentar; / Diz que antes o quer furtar / Por manter a negra honra / Que passar pela deshonra / De que lh’o neguem talvez.”

51 Cf. Ibid., p. 19: “Ingratos, mal procedidos! / Se eu sou essa que dizeis / Porque não largais meu sitio? / Porque habitais em tal terra / Podendo em melhor abrigo? / Eu pego em vós, eu vos rogo? / Respondei: dizei maldictos? / Mandei acaso chamarvos? / Ou por carta, ou por aviso? / Não viestes para aqui / Por vosso livre alvedrio …”

52 Vida, pp. 25–26.

53 Ibid., p. 26.

54 Ibid.

55 Braço de Prata.

56 Varnhagen, op. cit., p. 346.

57 Alcaide-mor.

58 Cf. Varnhagen, op. cit., p. 347: “In the exercise of his office he assumed much greater authority than his predecessors … for this reason and for his immodest tongue and revengeful nature he had many bitter enemies.” It was for his arbitrariness in office that he was dubbed “Braco Forte,” “The Strong Arm.”

59 Cf. Southey, op. cit., p. 584. Unfortunately the play on the words queixas, complaints, and caixas, boxes, is lost in English.

60 Varnhagen, op. cit., p. 350.

61 Southey, op. cit., p. 581.

62 Varnhagen, op. cit., p. 321.

63 Cf. Obras, V, 130: “Que em proza o compoz Vieira / Traduziu em verso Mattos.”—”What Vieira composed in prose Mattos translated into verse.”

64 “Representação que fizeram os povos de Portugal juntos em cortes contra a Companhia do Brasil,” Revista trimestral do Instituto Histórico, XXV (1862), 462–63.

65 Cf. Obras, V, 196: “Toda a cidade derrota / Esta fome universal, / E uns dão a culpa total / A Camara, outros á frota …”

66 Calmon, op. cit., p. 31.

67 Op. cit., p. 661.

68 Calado, Frei Manoel, O valeroso Lucideno e triunfo da liberdade, I (Recife, 1942), 20.Google Scholar

69 Varnhagen, op. cit., p. 288.

70 Cf. Veríssimo, op. cit., p. 90 : “Era eu em Portugal / Sabio, discreto, entendido / Poeta melhor que alguns / Douto como os meus vizinhos. / E chegando a esta terra / Logo não fui nada disto / Porque um direito entre tortos / parece que anda torcido.”

71 Cf. Obras, VI 72 : “Querem-me aqui todos mal, / Mas eu quero mal a todos, / Eles e eu por vários modos / Nos pagamos tal, por qual. / E querendo eu mal a quantos / Me tem ódio tão veemente, / O meu ódio é mais valente / Pois sou só e eles são tantos.” This is a plagiarism of Quevedo’s: “Muchos dicem mal de mi / Y yo digo mal de muchos; / Mi decir es más valiente / Por ser tantos y yo ser uno.” (Parnaso español, II [Paris, 19021, 68.)

72 Cf. Obras, IV, 16: “Um calção de pindoba a meia zorra, / Camiza de urucú, manteu de arara, / Em lugar de cotó, arco e taquara / Penacho de guaráz, em vez de gorra.”

73 Ibid.

74 Cf. Obras, IV, 103 : “Não sei para que é nascer / Neste Brazil empestado / Um homen branco e honrado, / Sem outra raça. / Terra tão grosseira e crassa, / Que a ninguem se tem respeito, / Salvo si mostra algum jeito / De ser mulato.”

75 André João Antonil [pseud. of João Antônio Andreoni, S.J.], Cultura e opulencia do Brazil por suas drogas e minas (São Paulo, n.d.), p. 92.

76 Obras, VI, 9.

77 Cf. Obras, IV, 277: “Que um cão revistido em padre, / Por culpa da Santa sé, / Seja tão ouzado que / Contra um branco honrado ladre / … Milagres do Brazil são.”

78 Cf. Alencar Araripe, op. cit., p. 93: “Pisa airosa e compassado, / Sabe-se airosa mover. / Calça que eu folgo de ver, / E mais anda a pe folgada: / Conversa bem sem cuidado, / Ri sizuda na ôccasião, / Escuta com attenção / Responde com seudesdém / E ainda assim responde bem, / E bem quista e sem razão. / E parda de tal talento, / Que a mais branca e a mais bella, / Pudera trocar com elk / A cor pelo entendimento.”

79 Obras, V, 125.

80 Obras, V, 112.

81 Cf. Vida, p. 12: “A nossa sé da Bahia, / Com ser uma mappa de festas, / E’ um presepe de bestas, / Si não fôr estrebaria: / Varias bestas cada dia / Vejo que o sino congrega: / Caveira mula gallega, / Deão burrinha bastarda, / Pereira mula de albarda, / Que tudo da Sé carrega.”

82 Cf. Obras, III, 45 : “Madre Abadessa, sacristã, porteiras / Discretas do Mosteiro, e mais canalha …”

83 Obras, I, 27.

84 Op. cit., p. 121.

85 Aspectos da literatura colonial brazileira (Leipzig, 1896), p. 103.

86 Odriozola, Manuel (ed.), Colección de documentos literarios del Perú, V (Lima, 1878), 7.Google Scholar

87 Ibid., p. 76 : “Sólo aprendier á ladrar /Y a hacer buenos versos, no.”

88 Quental, Antero de, Causas da decadencia dos povos peninsulares nos ultimos tres seculos (Porto, 1871), pp. 1617.Google Scholar

89 Historia da civilização ibérica (Lisboa, 1885), p. 259.

90 Cf.Fitzmaurice-Kelly, James (ed.), the Oxford Book of Spanish Verse (Oxford, 1918), p. 219: “Poderoso caballero es don Dinero. / Madre, yo al oro me humillo …”Google Scholar

91 Cf. Obras, V. 202 : “Pois sempre foi Dom Dinheiro / Poderoso cavalheiro …”

92 , Francisco Antônio (ed.), Cartas do padre Antonio Viera, III, (Lisboa, 1746), 384.Google Scholar

93 Historia do Brasil, V (Rio, n.d.), 716.

94 O povo portuguez nos seus costumes, crenças e tradições. I (Lisboa, 1885), 396–400.

95 Op. cit., p. 19.

96 Os irmãos da Santa Casa de Misericórdia.

97 Calado, op. cit., p. 20.